Educar, trabalhar para oferecer o melhor, impor limites, dar amor e carinho, proporcionar um ambiente saudável e além de tudo isso, se manter paciente. É preciso fazer de tudo para cultivar a virtude da paciência. Atualmente os pais passam mais tempo fora do que dentro de casa, se reúnem com os filhos nos horários das refeições. Com isso, a paciência vai deixando de ser exercitada.
A pedagoga cristã, Cris Poli, disse em entrevista para a revista Enfoque Gospel que é necessário buscar um equilíbrio. "Houve uma época em que a educação era muito rígida, nada era permitido, os valores morais eram outros. Depois, veio uma época de reação contrária: tudo é permitido, a criança é livre para escolher. Mas isso também não deu certo, porque veio a rebeldia, a violência e uma série de coisas que os pais não conseguiram controlar", afirma.
A psicóloga e mestre em educação, Elaine Cruz, explica que quando um casal costuma perder a paciência é porque existem dois fatores que antecederam o problema. "Primeiro, é preciso pensar qual é a visão que os pais tinham sobre infância, pois existem casais acreditando que as crianças serão sempre como aquelas da TV, bonitinhas e comportadinhas, como se todo mundo viesse formatado para ser obediente. E criança não é assim, cada filho é de um jeito", explica. “É importante que os dois decidam quais serão as regras e os limites. De acordo com a psicóloga, no caso de nada disso ter sido feito e a impaciência ter se alojado, é preciso "frear" a situação. "Deve-se parar de brigar com essa criança e começar a entender o que significa infância para os dois. Seria manter o filho trancado no quarto estudando de perninha cruzada? Deixar a criança viver, brincar e correr? Ou um meio termo, usando um equilíbrio? Isto seria o ideal. Partindo daí os dois precisam conversar sobre quais regras irão impor para essas crianças e quais limites serão colocados.
Além disso tudo, a psicóloga destaca uma outra vertente: a raiz do problema pode estar no casal, que desconta a sobrecarga na criança. "É preciso pensar: Será que não estou com raiva do meu marido e colocando meu filho contra ele? Será que o nosso casamento não precisa de algum tipo de ajuste? Será que não precisamos conversar mais, ou rir mais? Talvez o filho esteja muito tempo no quarto e esteja funcionado como alguém que separa pai e mãe", orienta.
A programadora musical Claúdia Corrêa, mãe de Daniel e Samuel, de 4 e 2 anos respectivamente, diz que manter a paciência é complicado, principalmente para as mulheres que trabalham fora. "Quando chego, as crianças estão bem ‘agitadas’ e querendo atenção o tempo todo. Eu tenho que largar as tarefas domésticas para ficar um pouco com eles e ajudar o mais velho nas tarefas escolares de casa. Depois que meu marido chega do trabalho tenho que dividir a atenção e, às vezes, não consigo conversar com ele antes dos meninos dormirem. Mas isso faz parte, eles são uma bênção. Eu sempre desejei ser mãe, eles são o meu presente de Deus", afirma.
Por: Gisele Alves/ongrace